quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PIBID no Colégio Estadual de Pato Branco

 Pibidianos em atividades de leitura e pesquisa no Laboratório Paraná Digital do Colégio Estadual de Pato Branco.

Pibidianos em atividades de leitura e pesquisa no Laboratório Paraná Digital do Colégio Estadual de Pato Branco

CONHECER A SI MESMO É A MELHOR FORMA DE RESOLVER CONFLITOS


Os seres humanos, embora parecidos fisicamente, são diferentes na maneira de pensar e agir. Cada um muitas vezes tem sua opinião formada sobre determinado assunto e é difícil para alguém conseguir alterar isso. Mas, ao mesmo tempo em que o homem tem sua vida e costumes, ele deve partilhar isso com as outras pessoas de sua convivência. Surgem, então, os conflitos, pois não se pode forçar o outro a aceitar outras decisões e pensamentos. Mesmo assim, os seres humanos são obrigados a conviver com as diferenças e o local onde se tem o primeiro contato mais amplo com pessoas diferentes é a escola.
            Só é possível controlar o próprio pensamento e desejo por algo quando limites são estabelecidos. Os limites mostram o que cada pessoa pode ou não fazer. Mas o ser humano só consegue discernir para que servem esses limites quando adquire a maturidade necessária. Essa maturidade, quando desenvolvida no período escolar, deve estar acompanhada dos quatro pilares do conhecimento, criados por Jacques Delors em uma comissão estabelecida em 1993 pela UNESCO.
            Os quatro pilares têm uma visão integral de educação, que se dirigem à totalidade do ser humano. É papel da escola inserir esses pilares no cotidiano do aluno. São eles: Aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a conhecer.
a) Aprender a ser: segundo o “Relatório Delors”, a escola tem papel fundamental no desenvolvimento total da pessoa e deve preparar os alunos para elaborar pensamentos e agir por conta própria em determinados momentos da vida. A escola ensina os alunos a enfrentar as diferenças, tendo como resultado o respeito e companheirismo entre as pessoas.
b) Aprender a conviver: esse pilar mostra que a escola tem o objetivo de ensinar o aluno a se relacionar com os outros, respeitando as diferenças existentes e a ajuda ao próximo.
c) Aprender a conhecer: esse pilar diz respeito ao desejo de libertar-se da ignorância e adquirir o conhecimento. Deve-se instigar nos alunos o anseio de saber cada vez mais e ver que o que ele sabe ainda é pouco, se comparado a tudo o que se pode saber.
d) Aprender a fazer: neste pilar o aluno deve demonstrar coragem para realizar as tarefas necessárias e buscar os acertos, observando que o trabalho em equipe é compensatório. Este pilar mostra que individualismo não leva a lugar algum.
Juntos, esses pilares têm o objetivo de fazer com que o aluno crie certas habilidades de convivência com o outro e o respeito entre todos. Se essas habilidades não forem trabalhadas durante a infância, o indivíduo tornar-se-á arrogante, pois não estará apto a adaptar-se a outras pessoas e outros costumes. Quanto mais cedo as crianças forem submetidas ao processo de adaptação a outras realidades, melhores adultos elas se tornarão.
Deve-se expor e ajudar as crianças em situações conflituosas, para que elas sejam capazes de resolver as divergências de pensamentos e ações. Mas primeiramente elas devem ser capazes de resolver seus conflitos individuais, para depois partir para os conflitos interpessoais. Sendo assim, fica claro que conhecer a si mesmo é a melhor forma de evitar conflitos. 

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Talita Regina Roman Ronsani

O POEMA: UM TEXTO DESVALORIZADO


           Há alguns anos, era comum a prática de leitura dos poemas em quase todas as séries na escola. O professor pedia para os alunos lerem o poema para si mesmos e responderem questões interpretativas sobre a estrutura do poema. Outra prática comum nos educandários era o famoso “Concurso de Poesias”, sendo que os alunos declamavam suas poesias em sala e os melhores da turma passavam para a fase seguinte, declamando os versos para todos do colégio. Vencia quem melhor gesticulava e não errava a ordem das palavras.
            Dessa maneira, os educandos se dedicavam apenas a declamar bem. Eles não estudavam um poema como deve ser estudado, não faziam interpretações para o verdadeiro significado do poema, não sabendo o que o poeta quis expressar.
            Engana-se quem pensa que esta situação é diferente nos dias atuais. Ao contrário, somente piora a cada dia que passa, pois agora o poema é “ensinado” e “analisado” quase que somente no ensino fundamental. Alunos do ensino médio raramente têm contato com esse tipo de texto, pois o que realmente importa é saber a tradicional gramática e os períodos literários para vestibulares e outras provas importantes que os educandos irão realizar.
            Essas práticas de ensino fazem com que os alunos repudiem o poema. Muitos se sentem obrigados a realizar as atividades propostas e não sentem prazer em ler e interpretar um texto poético como ele realmente é. Deve-se trabalhar de maneira diferente para assim fazer brotar nos alunos o anseio para ler os poemas.
            O professor deve ser capaz de realizar a leitura, declamando e dando emoção à obra, para chamar a atenção dos alunos e mostrar qual o verdadeiro papel do texto poético: expressar o que o autor sentia e vivia quando compôs o poema.
            Há várias maneiras de trabalhar a interpretação de um assunto. A maioria dos professores não o faz por julgar desnecessário. Os poemas perderam seu sentido e se os educadores soubessem ensinar como ler e interpretar um poema, certamente essas produções textuais teriam seu valor reconhecido.

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Talita Regina Roman Ronsani 

Última reunião PIBID em 2012



 Rafaela, Jonatan, Isabelle, Iara, Anselmo, Paulo, Sandra, Mateus, Anelita, Luciani, Raissa, Ana, Talita, Jaqueline e Daiana

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Algumas atividades desenvolvidas no ano de 2012 no Colégio Estadual Professor Agostinho Pereira

                          Mural/jornal pibidiano

                Paulo, Sonia, Élcio, Rita, Mateus e Elair


          Montagem do mural/jornal

            Primeiro encontro dos acadêmicos PIBID da UTFPR - PB


       Os alunos do turno matutino prestigiaram o evento




            Apresentação do acadêmico e bolsista Paulo

 

 
 
 
        Isabelle, Mateus, Paola, Rita, Raissa, Talita e Ana

 
 
 

Analisar, compreender e interpretar um poema


         Infelizmente são poucas as pessoas que são acostumadas a ler poesias, menos ainda, pessoas que lêem porque gostam. Muitos reclamam que não sabem interpretar um poema e se queixam que cada um tem sua maneira de interpretar, tendo seu próprio entendimento, que muitas vezes não é o que o autor quis passar. Diante desse problema, depois do texto escolhido, o que devemos fazer é ler, analisar, compreender e interpretar com mais competência.

            Para um bom aproveitamento dos poemas dos livros didáticos, é interessante conferir se foram apresentados em versão integral, se foi respeitada a disposição gráfica, entre outros aspectos. Um poema com ilustrações é uma boa, pois contamos com uma leitura em outra linguagem. Se o texto não for o original, é bom comentar com os alunos as mudanças. Outra alternativa, é buscar outros poemas de autores variados com assuntos semelhantes aos já estudados.

            Depois de escolhido o texto, agora iremos ler, analisar, compreender e interpretar o poema. Já lido o poema, analisaremos a estrutura externa – versos, pausas, acentos, rimas e estrofes. Estrutura interna – examinaremos as diferentes partes em que podemos dividir o conteúdo do poema, ou seja, o significado do poema. E a linguagem poética, que é composta pela fonologia, morfologia, sintaxe, semântica, figuras de pensamento.

            Para compreender um poema é preciso que o leitor conheça os recursos lingüísticos. Conheça as circunstancias históricas em que o texto foi escrito. Compreenda as referências geográficas, lendárias, mitológicas, econômicas, políticas e religiosas para fazer certas associações.

            E, por último, para interpretar um poema, o certo seria ter um hábito pela leitura e o gosto por ela. Quando gostamos de algo, podemos compreender melhor sua representação. Procure palavras diferentes, aumentando seu vocabulário e sua cultura. Ler mais que uma vez o texto sugerido também é uma opção. Na primeira vez, nunca conseguimos entender o que o autor certamente quis dizer. Tenha muita atenção no que se pede nas questões, às vezes a interpretação está explícita no próprio texto.

            Em minha opinião, acho que essa é a melhor maneira para entender um poema. Seguindo esse caminho, você poderá chegar o mais perto do que o autor “realmente” quis dizer.

 

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Rafaela Kessler - referente ao capítulo "Ritmo e cotidiano”, escrito por Antonio Ozório Nunes, na obra Como restaurar a paz nas escolas.

A falta do poema em sala de aula


Através da imitação o homem adquiriu os primeiros conhecimentos. Como a imitação é natural ao homem, a partir dela, aos poucos, foram criando a poesia. O conhecimento de mundo que é conquistado através das experiências e do convívio social é fundamental para compreender um poema. Horácio já dizia que a poesia deveria ser dulce et utile, isto é, propiciar à formação do homem não só o prazer, mas também o conhecimento.
A leitura infantil tem uma função muito importante na formação da aptidão leitora das crianças, contando com uma variedade de textos. O poema vem perdendo seu lugar para outros tipos de textos. Reconhecemos que esse gênero vem sendo deixado de lado no cenário educacional e na prática pedagógica de muitos professores. E também, na maioria dos casos, o que se traz nos livros didáticos acerca de poemas não propicia o desenvolvimento da sensibilidade das crianças.
Muitas crianças só têm o contato com o poema em sala de aula, o que não seria o certo. Portanto, a ausência do poema em sala de aula gera uma falta de interesse e do gosto pelo texto lírico.
      Frequentemente o poema não é moldado de acordo com a sua especificidade, havendo uma preocupação muito superficial, sendo tratado em exercícios como a prosa, dando-se importância apenas para a parte gramatical. A maioria dos alunos sem um aprofundamento mais detalhado do poema não conseguem entender o que o poeta quis dizer, não tendo assim nenhuma ligação com a emoção estética. Por isso, hoje, quando se fala em poema, é pensando em um texto banalizado, pois em nenhum momento os elementos de sua estrutura são revelados para o aluno. E como declarava Johannes Pfeiffer, “Na poesia não importa a forma ‘bela’, mas a forma ‘significativa”.
       Se uma criança irá gostar ou não de poemas, não podemos afirmar, mas é preciso que a escola dê o primeiro passo, incentivando os alunos sobre o imenso universo da leitura. Nos poemas, encontramos uma riqueza inquestionável. Ele nos permite o trabalho com a inflexão, o movimento, o gesto, a fala, a escuta e a recriação da linguagem. Apoiamos que um dos objetivos do professor ao utilizar um poema em sua didática é possibilitar que a criança aprecie as características do texto lírico e suscite o gosto para esse tipo de texto.

 Texto escrito pela acadêmica e bolsista Rafaela Kessler – referente ao texto “O poema,um texto marginalizado”

Como administrar positivamente um conflito


            O que é o conflito? O conflito está sempre associado a uma coisa má, de desentendimento, choque, confronto, crise, disputa, batalha, guerra e violência. Nunca relacionado a uma coisa boa. Mas veremos aqui pontos positivos de um conflito. É uma oportunidade de resolução de um problema, antes que vire violência. O conflito é inevitável à existência humana, mas pode representar uma importante experiência de desenvolvimento pessoal.

            A escola é uma instituição com fins específicos, é um modelo da sociedade, do qual faz parte diversas pessoas, com valores, culturas, religiões, personalidades, classes sociais, idades e origens diferentes. Nas escolas, as relações são heterogêneas, sendo natural o conflito entre os grupos – alunos, professores, direção, auxiliares, pais... -. Conflitos entre alunos são freqüentes, no cumprimento das regras, na utilização de jogos e, para não tomar um rumo inadequado, o conflito deve ser bem administrado.

            A educação para a resolução de conflitos modela e instrui de diferentes formas e uma variedade de processos, de práticas e de competências que colabora para prevenir a administrar de forma construtiva e a resolver pacificamente o conflito individual, interpessoal e institucional.

            Uma alternativa para a resolução de um conflito escolar são as práticas restaurativas, que induz a um convívio mais saudável, uma melhor aprendizagem e a uma melhor estruturação das relações sociais. Sendo fundamental o respeito, a responsabilidade e a cooperação entre as partes. O professor não pode ser o protagonista, deve levar em conta que não está sozinho nesse processo. Por isso, deve trabalhar em equipe. Como ressalta Andrade (2007 : 43), “quanto mais houver conflitos devidamente elaborados com a ajuda dos educadores e educadoras, menos violência nas escolas haverá”.

            A solução dos conflitos através das práticas restaurativas ostenta vários fatores positivos. Melhoria nas relações sociais e institucionais, aprender a compreender e a valorizar a própria cultura e a cultura dos outros, competência em tomar decisões, usar o pensamento crítico e criativo na resolução de problemas e, principalmente, mostrar às crianças e jovens o seu papel fundamental na construção de um mundo mais pacífico. 

            O conflito nunca vai ser eliminado. Portanto, o que importa é a solução justa e não violenta.

As tecnologias implantadas na escola são bem utilizadas?


               Quando hoje comparamos as escolas em relação algum tempo atrás, percebemos as transformações que ocorreram com o passar dos anos. Com o passar do tempo novas tecnologias são produzidas, como é o caso do telefone celular (que hoje possui várias funções, inclusive podemos acessar a internet por meio dele), também o computador (que cada vez é fabricado em tamanhos menores como é o caso dos netbooks e os tablets), entre outros.                                                                 
               Essas tecnologias por sua vez, passam a ser utilizadas por uma parcela cada vez maior da sociedade, principalmente pelos jovens. É indiscutível o fato de que cada novo instrumento produzido possui várias finalidades, e dentre uma delas está o objetivo de “facilitar nosso dia-a-dia”. Isto ocorre principalmente com tecnologias utilizadas em nosso cotidiano. Atualmente, estes implementos tecnológicos estão presentes também nas escolas, como é o caso do computador. Porém, será que os computadores são utilizados de maneira objetiva para a construção do conhecimento?                                              
               Para obtermos respostas altamente confiáveis e reais se faz necessário uma grande e trabalhosa pesquisa. Entretanto, como educadores que vivem nesse meio podemos antecipar algumas respostas. Diretamente falando podemos afirmar que tudo depende da situação vivenciada levando-se em consideração algumas particularidades. Estas, diretamente ligadas entre o aluno e o professor. Enquanto o aluno em sua qualidade de educando precisa ter maturidade, interesse e dedicação, o professor, por sua vez, que se utiliza de vários métodos no processo de ensinoaprendizagem precisa ter sempre o domínio do método e do conteúdo.                                                                                               
              Para este processo­­­­ (de utilização adequada dos equipamentos presentes nas escolas que nos ajudam a construir nosso conhecimento) acontecer de maneira satisfatória, necessita-se de uma boa relação entre o aluno e o professor (a). Portanto, se o aluno apesar de obter a oportunidade de expandir seu conhecimento ( quando ele na escola se utiliza do computador, por exemplo) não demonstrar interesse e ficar desperdiçando tempo acessando outros conteúdos no computador ( o que sabemos que acontece muito) ao invés do conteúdo necessário, também não vai ter sentido o professor se doar na sua tarefa como educador recebendo em troca o desinteresse do educando.                                               
             Esta é uma das questões que necessitam ser pensadas seriamente tanto no âmbito escolar como em diversos outros.


Texto escrito e publicado pela acadêmica e bolsista Paola Clein

Uma cultura sem preconceitos

Cultura no geral quer dizer um conjunto de comportamentos, hábitos, valores morais e crenças que caracterizam a organização social, política e econômica de uma sociedade. No Brasil, sendo um país miscigenado, encontramos uma variedade de culturas. Mas nem por isso existem culturas superiores ou inferiores. O que as distinguem são seus processos históricos.

            Estamos em um mundo em que todos são diferentes, mas os direitos são iguais. Portanto, considerar a diversidade e conscientizar crianças e adolescentes que compreender e respeitar as diferenças é fundamental no mundo em que vivemos. Como essa diversidade é inevitável aos estudantes, é essencial a escola ter uma iniciativa de trabalhar com os alunos o respeito pelas diferenças e a necessidade da inclusão de todos num convívio mais agradável. Lembrando que a escola é o lugar mais importante de socialização dessas crianças, adolescentes e jovens.

            O educador junto com a escola e políticas públicas e sociais deve compor uma pedagogia multicultural, respeitando a diversidade. O aluno deve reconhecer as diferentes etnias, raças e culturas da sociedade brasileira. Identificar, respeitar, negar e censurar todas as formas de relações preconceituosas e discriminatórias.

            Os professores devem aproveitar as datas comemorativas, fazendo projetos que envolva os pais e a comunidade, cada qual com suas culturas e costumes, para que no final todos se conscientizem de formar cidadãos conscientes, responsáveis, justos e solidários, visando o bem coletivo e a diminuição das desigualdades. Mas lembrando que isso pode ser feito também em outras datas, não apenas em datas comemorativas.

            Morin (2000), no livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, ressalta que esses saberes são indispensáveis a sociedade, sendo um deles a compreensão humana. De acordo com Morin, “nunca se ensina sobre como compreender uns aos outros, como compreender nossos vizinhos, nossos parentes, nossos pais”. “É preciso compreender a compaixão, que significa sofrer junto. A grande inimiga da compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la.”

 
Texto escrito pela acadêmica e bolsista Rafaela Kessler – referente ao capítulo “Os pilares da educação”, do livro Como restaurar a paz nas escolas, do autor Antonio Ozório Nunes.              

Como se tornar um mediador do conhecimento no ensino de textos poéticos


Quem trabalha hoje com a educação e leciona na área de Letras, percebe que se fazem necessárias algumas mudanças quanto ao trabalho com textos poéticos na sala de aula. O poema é visto por muitos como de difícil interpretação. É o que Micheletti, Peres e Gebara também tratam em sua obra. Por esse e também por diversos outros motivos o poema deixa de ser trabalhado em sala de aula. Por outro lado, quando ele é trabalhado, nem sempre se obtem o máximo no ensino-aprendizagem, ou seja, não se obtem o resultado esperado.                                                              
 E isso acontece por vários motivos, cuja discussão não se faz agora adequada. Vamos então tentar ajudar o professor a exercer da melhor forma possível seu papel de mediador entre seu aluno e o conhecimento passado através do texto poético. Em primeiro lugar,  para se trabalhar com o poema,  se faz necessária a escolha de um texto. O professor pode recorrer ao livro didático ou, se este não abordar o assunto ou não apresentar poemas de maneira satisfatória, o professor pode buscar outros meios para trazer o poema para sala de aula.                                                                                              
Cada professor conhece o nível de desenvolvimento da sua classe e pode então adequar o poema a ser trabalhado ao contexto no qual a classe se encontra. Assim, ele pode trazer poemas que tratem de algum assunto polêmico ou de algum que tematize o momento vivido pela sociedade, buscando dessa forma relacionar poema e realidade. Em um segundo momento é necessária uma leitura, análise e interpretação do poema. Lembrando sempre que devemos fazer com que os alunos busquem sempre o conhecimento por si próprios.                                                                                              
Assim sendo, se faz necessário também deixá-los fazer sua própria leitura. Deste modo, cada um alcança seu próprio conhecimento. Mais tarde, podemos trabalhar juntamente com os alunos para busca de uma compreensão em grupo sobre o texto. É neste momento que se faz necessário que o professor exerça seu papel de mediador do conhecimento. E a melhor forma para conseguir êxito nessa tarefa é doando o máximo de si para que os alunos compreendam o texto poético e o seu valor.                           
Assim, devemos trabalhar o poema por si, não vinculado apenas ao ensino de gramática, ou algo nesse sentido. O poema apresenta seu valor próprio e não pode ser submetido e/ou restringido apenas a alguns de seus aspectos. Para sermos bons mediadores devemos valorizar o assunto trabalhado e o poema, por exemplo, tem muito à nos oferecer, possui diversos caminhos, assuntos que podemos trabalhar ao mesmo tempo em que trabalhamos com o texto poético. Claro que tudo isso irá depender do desenvolvimento do professor, em conjunto com os alunos, e também de outros fatores. Porém, vemos a necessidade de  lembrarmos sempre da parte mais importante: oferecer ao poema seu merecido valor. 

  Texto escrito pela acadêmica e bolsista Paola Clein -  referente ao capítulo Ritmo e cotidiano, do livro Como restaurar a paz nas escolas, de Antonio Ozório Nunes.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CONVIVENDO E AJUDANDO A ESCOLA A CONVIVER

        Uma parte da história nos conta que o ser humano buscou construir relações que atravessaram fronteiras, oceanos e continentes, no começo através de mensagens e cartas; até agora, na era da globalização, através das redes sociais, o homem vem buscando o convívio social, seja para trocar experiências de vida, comprar, vender ou buscar conhecimento. Desta forma, pode conhecer mais a respeito do outro e também aprender mais sobre ele mesmo. Mas será que conviver é realmente fácil? Qual é o caminho? Onde aprendemos a conviver? Quais são as regras do convívio com o próximo? 
        O ambiente escolar pode proporcionar diferentes formas de convívio social e também nos ensinar uma grande parte do que precisamos para que isso aconteça. Talvez seja na escola que começamos a ter a nossa primeira relação de convívio social. Sendo assim, você deve começar a respeitar não apenas as regras impostas por seus familiares, mas também as regras que são impostas pela sociedade de um modo geral. A lista de regras é enorme, alguns exemplos são: compartilhar, saber ouvir, aceitar as diferenças culturais, dividir o conhecimento, etc. Tudo isso ajuda o ser humano a conviver com o próximo. É dever da escola deixar o aluno ciente destas obrigações, seja de forma direta ou indireta, da forma escrita ou falada. 
        A escola é sustentada por relações que geram ações positivas. À medida que as relações se estremecem, as ações se tornam negativas. Para que o ambiente escolar possa ser melhorado, os professores podem promover atividades que coloquem o aluno em situação participativa com seus colegas, tendo como objetivo gerar a consciência mútua de respeito ao próximo. Conviver nem sempre é fácil. Á medida que os anos passam, os valores podem se perder se não forem cultivados e não há lugar melhor para que este cultivo seja feito senão a escola.

Texto escrito pelo acadêmico e bolsista Paulo Sergio Biesek

Relatório Delors: buscando construir a educação

        Tenho ouvido frequentemente muitas pessoas, inclusive professores, comentarem sobre situações lamentáveis na área educacional atual. O fato é que sobram opiniões pessimistas e desesperançosas a respeito enquanto é necessário que haja mais cidadãos que deixem a visão pessimista de lado e busquem alternativas realistas para melhorar a educação. 
        Um exemplo disso é a iniciativa da Unesco, que em uma Comissão Internacional de Educação teve como resultado o Relatório Delors, um documento que apresenta sugestões de políticas educacionais baseando-se em quatro pilares do conhecimento, que, segundo os autores, seriam a base para uma educação mais humana. 
        Tais princípios-base seriam: aprender a ser; aprender a conviver; aprender a fazer e aprender a conhecer. Ao contemplar todos esses quesitos a criança teria um convívio social muito mais pacífico, facilitando, assim, a superação dos conflitos. 
        A meu ver, é importantíssimo que a escola comece desses princípios básicos para construir cidadãos, pois “aprendendo a ser” a criança possui autonomia e isso é o que fará dela um ser humano mais seguro ao conviver com os outros, evitando a agravação de conflitos tanto internos, quanto externos. Se o aluno já aprendeu realmente a fazer algo, ele já pode fazer sozinho, não precisa mais de mediação de algum professor ou alguém mais competente, assim como na visão vigotskiana de aprendizagem. Se assim for, o aluno que aprendeu a lidar da melhor maneira com a violência, por exemplo, saberá agir de maneira justa no momento em que presenciar essa situação. 
        Importante, ainda, é estender o olhar para o outro, com quem eu convivo, estabelecendo um vínculo de cuidados e afinidades. Cada um aprendendo a ter domínio de si e segurança em suas relações, facilitará o caminho para o aprendizado intelectual, o “aprender a conhecer”. Ensinando a ser, ensina-se a conviver e ensinando a conviver ensina-se a aprender. É por isso que os pilares não se desintregam, estão vinculados uns aos outros na base de uma construção responsável de mundo. E, assim como em um edifício, dependem um do outro: se um falhar ou faltar, comprometerá toda a obra. Daí a importância de todas as etapas serem trabalhadas com cuidado, a partir disso é que deve ser compreendida a meticulosa responsabilidade da educação e a total dedicação de seus construtores.

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Raissa Gabrieli Kaminski

POEMA: EXPRESSÃO E ARTE

        Muitas são as formas tidas como eficazes para que um aluno em idade escolar se expresse melhor. A escola tem espaço para diversos tipos de leituras e atividades que envolvem a oralidade e a expressão. Seja através do teatro, da dança, da música ou da poesia. É nesta idade que o aluno pode ter a oportunidade de tomar gosto pelas consideradas artes, que estão presentes na nossa sociedade. O aluno pode recitar um poema usando gestos e palavras, assim o mesmo poderá melhorar a forma como se expressa. 
        O poema, entre outras coisas, tem sido usado na escola para que o aluno desenvolva a habilidade de se expressar e, na grande maioria das vezes, isso fica a cargo do professor de Língua Portuguesa. Não posso afirmar que isso ainda é feito em todas as escolas, mas historicamente o poema vem sendo usado em recitais que são promovidos em datas comemorativas, como o Dia da Bandeira, Dia da Independência, Dia das Mães etc. O uso do poema apenas nessas ocasiões, de certa forma, pode ser condenável, mas não usá-lo para nada é um descaso com a literatura e com a Língua Portuguesa. 
        A fragmentação dos poemas em livros didáticos, a leitura sem expressividade feita pelo aluno, sem a devida orientação do professor, ou ainda o uso do poema apenas como atividade lúdica, tudo isso faz com que o poema perca credibilidade. Visto como uma arte, usado como forma para avaliar a leitura e compreensão do aluno, esquecido por uns, venerado por outros, todo professor de Língua Portuguesa em algum momento irá se deparar com este gênero literário em sua jornada como educador. Uma arte que pode ser usada para promover a expressividade do ser humano deve ser tratada com respeito por todos os educadores que têm como ferramenta principal a língua falada e escrita para trabalhar. 

Texto escrito pelo acadêmico e bolsista Paulo Sergio Biesek

As diversas faces do poema

        Primeiramente vamos discutir um pouco sobre a definição de poema. Para muitos, poema é apenas uma composição em versos, estrofes e rimas. Porém, ele vai muito além disso. Esta definição é o conceito que muitos têm em relação ao poema, pois ela é encontrada em muitos livros didáticos usados na educação básica e pública de nosso país. Isto foi discutido também por Gebara.
        Na realidade, poema, segundo Rifaterre (1973), é “uma sequência verbal dentro da qual as mesmas relações entre os constituintes se repetem em diversos níveis”. Esses níveis a que ele se refere são: fonético, fonológico, sintático, semântico, etc, os quais aqui trataremos como as faces do poema. Na verdade, o poema possui diversas faces e cada uma lhe agrega um sentido diferente.                      
        Dependendo da preferência de cada leitor, eles podem ser analisados um a um ou todos ao mesmo tempo, no decorrer da leitura. Cada face revela muito sobre o poema. Por exemplo, a visual revela como o poema é composto (versos livres, soneto, etc). Além de desvendar como é o poema, as faces do poema revelam, através de seus traços, muito sobre seu criador.         
        Temos outra face do poema, um outro lado que é o fônico. Este trata de como é a organização dos sons dentro do texto, revelam seu ritmo. Já o léxico trata dos temas usados (termos técnicos, neologismo, etc). Outro muito importante também é o lado morfossintático. Ele revela a combinação entre as classes de palavras, estas importantíssimas para a significação do poema.
        E a última face é a que trata da semântica, traz as figuras de linguagem, que são importantes também para a rede de significações do poema. Todos esses níveis, ou essas faces do poema, são de extrema importância e o conjunto delas proporciona o “sucesso” do mesmo. Por meio delas, o poema se torna uma bela composição, unindo beleza e conteúdo, apreciadas por muitos leitores todos os dias

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Paola Clein