sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Como se tornar um mediador do conhecimento no ensino de textos poéticos


Quem trabalha hoje com a educação e leciona na área de Letras, percebe que se fazem necessárias algumas mudanças quanto ao trabalho com textos poéticos na sala de aula. O poema é visto por muitos como de difícil interpretação. É o que Micheletti, Peres e Gebara também tratam em sua obra. Por esse e também por diversos outros motivos o poema deixa de ser trabalhado em sala de aula. Por outro lado, quando ele é trabalhado, nem sempre se obtem o máximo no ensino-aprendizagem, ou seja, não se obtem o resultado esperado.                                                              
 E isso acontece por vários motivos, cuja discussão não se faz agora adequada. Vamos então tentar ajudar o professor a exercer da melhor forma possível seu papel de mediador entre seu aluno e o conhecimento passado através do texto poético. Em primeiro lugar,  para se trabalhar com o poema,  se faz necessária a escolha de um texto. O professor pode recorrer ao livro didático ou, se este não abordar o assunto ou não apresentar poemas de maneira satisfatória, o professor pode buscar outros meios para trazer o poema para sala de aula.                                                                                              
Cada professor conhece o nível de desenvolvimento da sua classe e pode então adequar o poema a ser trabalhado ao contexto no qual a classe se encontra. Assim, ele pode trazer poemas que tratem de algum assunto polêmico ou de algum que tematize o momento vivido pela sociedade, buscando dessa forma relacionar poema e realidade. Em um segundo momento é necessária uma leitura, análise e interpretação do poema. Lembrando sempre que devemos fazer com que os alunos busquem sempre o conhecimento por si próprios.                                                                                              
Assim sendo, se faz necessário também deixá-los fazer sua própria leitura. Deste modo, cada um alcança seu próprio conhecimento. Mais tarde, podemos trabalhar juntamente com os alunos para busca de uma compreensão em grupo sobre o texto. É neste momento que se faz necessário que o professor exerça seu papel de mediador do conhecimento. E a melhor forma para conseguir êxito nessa tarefa é doando o máximo de si para que os alunos compreendam o texto poético e o seu valor.                           
Assim, devemos trabalhar o poema por si, não vinculado apenas ao ensino de gramática, ou algo nesse sentido. O poema apresenta seu valor próprio e não pode ser submetido e/ou restringido apenas a alguns de seus aspectos. Para sermos bons mediadores devemos valorizar o assunto trabalhado e o poema, por exemplo, tem muito à nos oferecer, possui diversos caminhos, assuntos que podemos trabalhar ao mesmo tempo em que trabalhamos com o texto poético. Claro que tudo isso irá depender do desenvolvimento do professor, em conjunto com os alunos, e também de outros fatores. Porém, vemos a necessidade de  lembrarmos sempre da parte mais importante: oferecer ao poema seu merecido valor. 

  Texto escrito pela acadêmica e bolsista Paola Clein -  referente ao capítulo Ritmo e cotidiano, do livro Como restaurar a paz nas escolas, de Antonio Ozório Nunes.

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