O diálogo tem sido usado de diferentes formas
pelos seres humanos ao longo da história. O ato de dialogar pode resolver uma
briga entre vizinhos ou uma separação familiar, como também pode ser usado para
fechar um negócio entre dois comerciantes ou ainda para unir duas pessoas que
acabaram de se conhecer. O diálogo pode ser usado em diversas situações como um
meio que ajuda a resolver situações de disputas de interesses que geralmente
acabam em conflito.
Na adolescência, o aluno pode manifestar
interesses que nem sempre são aceitos por outros colegas, seja dentro ou fora
da sala de aula. Nesta fase, o aluno sente necessidade de afirmação pessoal e
tenta fazer isso de diferentes maneiras. Ele a chama atenção da turma, fazendo
chacota de outro colega, levanta da carteira durante a explicação do professor
ou até mesmo agride o adversário em uma disputa esportiva durante a aula de
educação física. O diálogo pode ser usado para restaurar esses conflitos. Isso
pode ser feito de forma indireta, através de um texto literário seguido de uma
explicação do professor, de uma brincadeira em sala de aula ou de um jogo de
perguntas e respostas em que estudantes possam dialogar e expor suas opiniões.
Quando o diálogo não está presente em ambientes
que abrigam grupos de seres humanos, a violência encontra seu espaço, pois ela
é o último recurso em uma disputa de interesses. Muitas pessoas não compreendem
que nesta disputa os dois lados podem sair ganhando. Caso as partes não usem do
diálogo para expor seus interesses, nem mesmo os próprios conflitantes podem se
ajudar, pois um não sabe o que realmente o outro deseja. O conflito gera
violência, seja ela em grande ou pequena escala, psicológica ou física. Se o
diálogo pode ajudar e em muitos casos até mesmo ser a resposta, porque não
usá-lo para melhorar o ambiente escolar? Abrir mão do conteúdo em meio a tantas
exigências feitas por órgãos de ensinos não é fácil, mas é necessário, mesmo
que o professor tenha que conciliar ou usar um material didático referente ao
assunto de tempos em tempos.
REFERÊNCIAS: NUNES, Antonio Ozório. Como restaurar a paz nas escolas: um guia para educadores. São Paulo: Contexto, 2011.
Texto escrito pelo acadêmico e bolsista Paulo Sergio Biesek
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