A questão da indisciplina na escola vem sendo muito discutida ultimamente
na nossa sociedade, justificadamente pelo seu alto grau de ocorrência. Existem
muitos discursos que buscam encontrar um culpado para ela, desse modo, deverá o
setor acusado tomar providências, isentando o restante da sociedade de se
preocupar com isso.
De
fato, a indisciplina é um fator oriundo de várias causas agregadas a um mesmo
espaço e, talvez, ao mesmo tempo. Dentre elas, podemos citar as divergências das
influências ideológicas entre família, professor, escola, legislações escolares,
grupo social em que o aluno está inserido, etc. Por esse principal motivo, ela se
torna extremamente complexa de ser estudada e compreendida.
O paradoxo aqui existente é que o conflito gerado entre essas ideologias
deverá contribuir positivamente, e não, invalidar a educação. Como cita Antonio
Ozório Nunes em sua obra “Como restaurar
a paz nas escolas”, o conflito é algo inerente ao ser humano e necessário
ao crescimento e aperfeiçoamento deste em suas relações sociais.
Vendo por este ângulo, as divergentes opiniões daqueles que fazem parte
do contexto educacional, direta ou indiretamente, vêm de encontro umas com as
outras e podem ser analisadas como um empecilho e, ao mesmo tempo, como uma
grande oportunidade de enriquecimento ideológico: são muitas cabeças lutando
por um mesmo propósito.
Vejamos a importância de os conflitos, desde já, serem resolvidos com
atitudes cautelosas, racionais, justas e humanas. Afinal, se o professor culpa
os pais, os pais inculpam a escola, a escola “joga nas costas” da legislação e
assim vai... Ninguém, de fato, estará se responsabilizando por um problema que
se desencadeia justamente quando não há colaboração e participação efetiva de
todos.
A resolução, certamente, não está em procurar um culpado e nele incutir
toda a culpa. A questão é de mobilização geral, de todos os setores e células
sociais que envolvem a consolidação da educação, pois, enquanto um cidadão estiver
a pensar que a nossa escola está errando na sua ideologia e maneira de agir, não
deve estar ciente, ainda, de que essa escola reflete a sociedade da qual ele
mesmo faz parte.
REFERÊNCIAS: NUNES, Antonio Ozório. Como restaurar a paz nas
escolas: um guia para educadores. São Paulo: Contexto, p. 15-30, 2011.
Texto escrito pela acadêmica e bolsista Raissa Gabrieli
Kaminski
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