quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Indisciplina: oportunidade de refletir e crescer


A questão da indisciplina na escola vem sendo muito discutida ultimamente na nossa sociedade, justificadamente pelo seu alto grau de ocorrência. Existem muitos discursos que buscam encontrar um culpado para ela, desse modo, deverá o setor acusado tomar providências, isentando o restante da sociedade de se preocupar com isso.
            De fato, a indisciplina é um fator oriundo de várias causas agregadas a um mesmo espaço e, talvez, ao mesmo tempo. Dentre elas, podemos citar as divergências das influências ideológicas entre família, professor, escola, legislações escolares, grupo social em que o aluno está inserido, etc. Por esse principal motivo, ela se torna extremamente complexa de ser estudada e compreendida.
O paradoxo aqui existente é que o conflito gerado entre essas ideologias deverá contribuir positivamente, e não, invalidar a educação. Como cita Antonio Ozório Nunes em sua obra “Como restaurar a paz nas escolas”, o conflito é algo inerente ao ser humano e necessário ao crescimento e aperfeiçoamento deste em suas relações sociais.
Vendo por este ângulo, as divergentes opiniões daqueles que fazem parte do contexto educacional, direta ou indiretamente, vêm de encontro umas com as outras e podem ser analisadas como um empecilho e, ao mesmo tempo, como uma grande oportunidade de enriquecimento ideológico: são muitas cabeças lutando por um mesmo propósito.
Vejamos a importância de os conflitos, desde já, serem resolvidos com atitudes cautelosas, racionais, justas e humanas. Afinal, se o professor culpa os pais, os pais inculpam a escola, a escola “joga nas costas” da legislação e assim vai... Ninguém, de fato, estará se responsabilizando por um problema que se desencadeia justamente quando não há colaboração e participação efetiva de todos.
A resolução, certamente, não está em procurar um culpado e nele incutir toda a culpa. A questão é de mobilização geral, de todos os setores e células sociais que envolvem a consolidação da educação, pois, enquanto um cidadão estiver a pensar que a nossa escola está errando na sua ideologia e maneira de agir, não deve estar ciente, ainda, de que essa escola reflete a sociedade da qual ele mesmo faz parte.

REFERÊNCIAS: NUNES, Antonio Ozório. Como restaurar a paz nas escolas: um guia para educadores. São Paulo: Contexto, p. 15-30, 2011.

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Raissa Gabrieli Kaminski 

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