segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CONVIVENDO E AJUDANDO A ESCOLA A CONVIVER

        Uma parte da história nos conta que o ser humano buscou construir relações que atravessaram fronteiras, oceanos e continentes, no começo através de mensagens e cartas; até agora, na era da globalização, através das redes sociais, o homem vem buscando o convívio social, seja para trocar experiências de vida, comprar, vender ou buscar conhecimento. Desta forma, pode conhecer mais a respeito do outro e também aprender mais sobre ele mesmo. Mas será que conviver é realmente fácil? Qual é o caminho? Onde aprendemos a conviver? Quais são as regras do convívio com o próximo? 
        O ambiente escolar pode proporcionar diferentes formas de convívio social e também nos ensinar uma grande parte do que precisamos para que isso aconteça. Talvez seja na escola que começamos a ter a nossa primeira relação de convívio social. Sendo assim, você deve começar a respeitar não apenas as regras impostas por seus familiares, mas também as regras que são impostas pela sociedade de um modo geral. A lista de regras é enorme, alguns exemplos são: compartilhar, saber ouvir, aceitar as diferenças culturais, dividir o conhecimento, etc. Tudo isso ajuda o ser humano a conviver com o próximo. É dever da escola deixar o aluno ciente destas obrigações, seja de forma direta ou indireta, da forma escrita ou falada. 
        A escola é sustentada por relações que geram ações positivas. À medida que as relações se estremecem, as ações se tornam negativas. Para que o ambiente escolar possa ser melhorado, os professores podem promover atividades que coloquem o aluno em situação participativa com seus colegas, tendo como objetivo gerar a consciência mútua de respeito ao próximo. Conviver nem sempre é fácil. Á medida que os anos passam, os valores podem se perder se não forem cultivados e não há lugar melhor para que este cultivo seja feito senão a escola.

Texto escrito pelo acadêmico e bolsista Paulo Sergio Biesek

Relatório Delors: buscando construir a educação

        Tenho ouvido frequentemente muitas pessoas, inclusive professores, comentarem sobre situações lamentáveis na área educacional atual. O fato é que sobram opiniões pessimistas e desesperançosas a respeito enquanto é necessário que haja mais cidadãos que deixem a visão pessimista de lado e busquem alternativas realistas para melhorar a educação. 
        Um exemplo disso é a iniciativa da Unesco, que em uma Comissão Internacional de Educação teve como resultado o Relatório Delors, um documento que apresenta sugestões de políticas educacionais baseando-se em quatro pilares do conhecimento, que, segundo os autores, seriam a base para uma educação mais humana. 
        Tais princípios-base seriam: aprender a ser; aprender a conviver; aprender a fazer e aprender a conhecer. Ao contemplar todos esses quesitos a criança teria um convívio social muito mais pacífico, facilitando, assim, a superação dos conflitos. 
        A meu ver, é importantíssimo que a escola comece desses princípios básicos para construir cidadãos, pois “aprendendo a ser” a criança possui autonomia e isso é o que fará dela um ser humano mais seguro ao conviver com os outros, evitando a agravação de conflitos tanto internos, quanto externos. Se o aluno já aprendeu realmente a fazer algo, ele já pode fazer sozinho, não precisa mais de mediação de algum professor ou alguém mais competente, assim como na visão vigotskiana de aprendizagem. Se assim for, o aluno que aprendeu a lidar da melhor maneira com a violência, por exemplo, saberá agir de maneira justa no momento em que presenciar essa situação. 
        Importante, ainda, é estender o olhar para o outro, com quem eu convivo, estabelecendo um vínculo de cuidados e afinidades. Cada um aprendendo a ter domínio de si e segurança em suas relações, facilitará o caminho para o aprendizado intelectual, o “aprender a conhecer”. Ensinando a ser, ensina-se a conviver e ensinando a conviver ensina-se a aprender. É por isso que os pilares não se desintregam, estão vinculados uns aos outros na base de uma construção responsável de mundo. E, assim como em um edifício, dependem um do outro: se um falhar ou faltar, comprometerá toda a obra. Daí a importância de todas as etapas serem trabalhadas com cuidado, a partir disso é que deve ser compreendida a meticulosa responsabilidade da educação e a total dedicação de seus construtores.

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Raissa Gabrieli Kaminski

POEMA: EXPRESSÃO E ARTE

        Muitas são as formas tidas como eficazes para que um aluno em idade escolar se expresse melhor. A escola tem espaço para diversos tipos de leituras e atividades que envolvem a oralidade e a expressão. Seja através do teatro, da dança, da música ou da poesia. É nesta idade que o aluno pode ter a oportunidade de tomar gosto pelas consideradas artes, que estão presentes na nossa sociedade. O aluno pode recitar um poema usando gestos e palavras, assim o mesmo poderá melhorar a forma como se expressa. 
        O poema, entre outras coisas, tem sido usado na escola para que o aluno desenvolva a habilidade de se expressar e, na grande maioria das vezes, isso fica a cargo do professor de Língua Portuguesa. Não posso afirmar que isso ainda é feito em todas as escolas, mas historicamente o poema vem sendo usado em recitais que são promovidos em datas comemorativas, como o Dia da Bandeira, Dia da Independência, Dia das Mães etc. O uso do poema apenas nessas ocasiões, de certa forma, pode ser condenável, mas não usá-lo para nada é um descaso com a literatura e com a Língua Portuguesa. 
        A fragmentação dos poemas em livros didáticos, a leitura sem expressividade feita pelo aluno, sem a devida orientação do professor, ou ainda o uso do poema apenas como atividade lúdica, tudo isso faz com que o poema perca credibilidade. Visto como uma arte, usado como forma para avaliar a leitura e compreensão do aluno, esquecido por uns, venerado por outros, todo professor de Língua Portuguesa em algum momento irá se deparar com este gênero literário em sua jornada como educador. Uma arte que pode ser usada para promover a expressividade do ser humano deve ser tratada com respeito por todos os educadores que têm como ferramenta principal a língua falada e escrita para trabalhar. 

Texto escrito pelo acadêmico e bolsista Paulo Sergio Biesek

As diversas faces do poema

        Primeiramente vamos discutir um pouco sobre a definição de poema. Para muitos, poema é apenas uma composição em versos, estrofes e rimas. Porém, ele vai muito além disso. Esta definição é o conceito que muitos têm em relação ao poema, pois ela é encontrada em muitos livros didáticos usados na educação básica e pública de nosso país. Isto foi discutido também por Gebara.
        Na realidade, poema, segundo Rifaterre (1973), é “uma sequência verbal dentro da qual as mesmas relações entre os constituintes se repetem em diversos níveis”. Esses níveis a que ele se refere são: fonético, fonológico, sintático, semântico, etc, os quais aqui trataremos como as faces do poema. Na verdade, o poema possui diversas faces e cada uma lhe agrega um sentido diferente.                      
        Dependendo da preferência de cada leitor, eles podem ser analisados um a um ou todos ao mesmo tempo, no decorrer da leitura. Cada face revela muito sobre o poema. Por exemplo, a visual revela como o poema é composto (versos livres, soneto, etc). Além de desvendar como é o poema, as faces do poema revelam, através de seus traços, muito sobre seu criador.         
        Temos outra face do poema, um outro lado que é o fônico. Este trata de como é a organização dos sons dentro do texto, revelam seu ritmo. Já o léxico trata dos temas usados (termos técnicos, neologismo, etc). Outro muito importante também é o lado morfossintático. Ele revela a combinação entre as classes de palavras, estas importantíssimas para a significação do poema.
        E a última face é a que trata da semântica, traz as figuras de linguagem, que são importantes também para a rede de significações do poema. Todos esses níveis, ou essas faces do poema, são de extrema importância e o conjunto delas proporciona o “sucesso” do mesmo. Por meio delas, o poema se torna uma bela composição, unindo beleza e conteúdo, apreciadas por muitos leitores todos os dias

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Paola Clein 


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Poema na escola, momento de sentir e aprender


É comum encontramos na sala de aula situações em que professores de Língua Portuguesa apresentam poemas a seus alunos somente com um pretexto, ou seja, buscando repassar algum aspecto gramatical que o poema possui como, por exemplo, adjetivos e substantivos, entre outros.
Não raro, ainda encontramos livros didáticos que trazem atividades que destroem a essência dos poemas, buscando identificar frases e respostas ipsis litteris, sem promover a reflexão temática daqueles que o lêem, sendo que esta é uma prática necessária a quem deseja atingir realmente o poema.
Assim utilizados, os poemas perdem o seu sentido, o seu motivo, pois são destratados ao serem “colocados no mesmo saco” de qualquer outro texto. Sendo um gênero textual, o poema possui suas características e propósitos específicos que não são ocasionais, sendo que todos os seus elementos, melindrosamente escolhidos, devem produzir sentido.
O poema deve ser tratado como poema, aquele texto literário que, ao provocar sentimentos, estimula a reflexão e a análise, se concretiza em uma interpretação crítica e resulta em aprendizado, não somente teórico, mas principalmente, sentimental, o que ajudará a constituir seres com valores muito mais humanos.
Essa ‘alfabetização humanista’ é um dos papéis da literatura e sem o devido trabalho em sala de aula necessário à sua concretização, esse propósito se esmaece. Por isso é que os poemas não devem ser “destratados” em sala de aula, eles devem ganhar um espaço especial, já que trazem resultados peculiares; devem ser alcançados na sua essência e não somente na superfície; devem fazer parte de um cotidiano de leituras dinâmicas as quais farão os versos e estrofes ganharem sentido e perderem o cunho monótono e chato.
É a forma de trabalhar o poema que fará a diferença na hora de colher resultados. Não conseguiremos formar mentes pensantes e críticas ao meramente solicitarmos para retirar os substantivos do ‘texto’. Não será possível motivar nossos alunos se nós, professores, não nos motivarmos, primeiramente.
A sala de aula pode ser o lugar de explorar fortes emoções e ensinar a partir delas e o professor é o responsável, sim, no momento de escolher, analisar e trabalhar o poema. Apartir disso o aluno sentirá um cuidado especial nele implícito e dará o devido valor. Mostra-se assim a importância dos valores que o professor possui antes de repassar aos alunos, pois a alfabetização humanista só é possível, justamente, por que parte de humanos e se destina a humanos.

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Raissa Gabrieli Kaminski


Indisciplina: oportunidade de refletir e crescer


A questão da indisciplina na escola vem sendo muito discutida ultimamente na nossa sociedade, justificadamente pelo seu alto grau de ocorrência. Existem muitos discursos que buscam encontrar um culpado para ela, desse modo, deverá o setor acusado tomar providências, isentando o restante da sociedade de se preocupar com isso.
            De fato, a indisciplina é um fator oriundo de várias causas agregadas a um mesmo espaço e, talvez, ao mesmo tempo. Dentre elas, podemos citar as divergências das influências ideológicas entre família, professor, escola, legislações escolares, grupo social em que o aluno está inserido, etc. Por esse principal motivo, ela se torna extremamente complexa de ser estudada e compreendida.
O paradoxo aqui existente é que o conflito gerado entre essas ideologias deverá contribuir positivamente, e não, invalidar a educação. Como cita Antonio Ozório Nunes em sua obra “Como restaurar a paz nas escolas”, o conflito é algo inerente ao ser humano e necessário ao crescimento e aperfeiçoamento deste em suas relações sociais.
Vendo por este ângulo, as divergentes opiniões daqueles que fazem parte do contexto educacional, direta ou indiretamente, vêm de encontro umas com as outras e podem ser analisadas como um empecilho e, ao mesmo tempo, como uma grande oportunidade de enriquecimento ideológico: são muitas cabeças lutando por um mesmo propósito.
Vejamos a importância de os conflitos, desde já, serem resolvidos com atitudes cautelosas, racionais, justas e humanas. Afinal, se o professor culpa os pais, os pais inculpam a escola, a escola “joga nas costas” da legislação e assim vai... Ninguém, de fato, estará se responsabilizando por um problema que se desencadeia justamente quando não há colaboração e participação efetiva de todos.
A resolução, certamente, não está em procurar um culpado e nele incutir toda a culpa. A questão é de mobilização geral, de todos os setores e células sociais que envolvem a consolidação da educação, pois, enquanto um cidadão estiver a pensar que a nossa escola está errando na sua ideologia e maneira de agir, não deve estar ciente, ainda, de que essa escola reflete a sociedade da qual ele mesmo faz parte.

REFERÊNCIAS: NUNES, Antonio Ozório. Como restaurar a paz nas escolas: um guia para educadores. São Paulo: Contexto, p. 15-30, 2011.

Texto escrito pela acadêmica e bolsista Raissa Gabrieli Kaminski 

Dialogar para resolver conflitos dentro e fora da sala de aula



O diálogo tem sido usado de diferentes formas pelos seres humanos ao longo da história. O ato de dialogar pode resolver uma briga entre vizinhos ou uma separação familiar, como também pode ser usado para fechar um negócio entre dois comerciantes ou ainda para unir duas pessoas que acabaram de se conhecer. O diálogo pode ser usado em diversas situações como um meio que ajuda a resolver situações de disputas de interesses que geralmente acabam em conflito.
Na adolescência, o aluno pode manifestar interesses que nem sempre são aceitos por outros colegas, seja dentro ou fora da sala de aula. Nesta fase, o aluno sente necessidade de afirmação pessoal e tenta fazer isso de diferentes maneiras. Ele a chama atenção da turma, fazendo chacota de outro colega, levanta da carteira durante a explicação do professor ou até mesmo agride o adversário em uma disputa esportiva durante a aula de educação física. O diálogo pode ser usado para restaurar esses conflitos. Isso pode ser feito de forma indireta, através de um texto literário seguido de uma explicação do professor, de uma brincadeira em sala de aula ou de um jogo de perguntas e respostas em que estudantes possam dialogar e expor suas opiniões.
Quando o diálogo não está presente em ambientes que abrigam grupos de seres humanos, a violência encontra seu espaço, pois ela é o último recurso em uma disputa de interesses. Muitas pessoas não compreendem que nesta disputa os dois lados podem sair ganhando. Caso as partes não usem do diálogo para expor seus interesses, nem mesmo os próprios conflitantes podem se ajudar, pois um não sabe o que realmente o outro deseja. O conflito gera violência, seja ela em grande ou pequena escala, psicológica ou física. Se o diálogo pode ajudar e em muitos casos até mesmo ser a resposta, porque não usá-lo para melhorar o ambiente escolar? Abrir mão do conteúdo em meio a tantas exigências feitas por órgãos de ensinos não é fácil, mas é necessário, mesmo que o professor tenha que conciliar ou usar um material didático referente ao assunto de tempos em tempos. 

REFERÊNCIAS: NUNES, Antonio Ozório. Como restaurar a paz nas escolas: um guia para educadores. São Paulo: Contexto2011.

Texto escrito pelo acadêmico e bolsista Paulo Sergio Biesek